quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Endividamento e inadimplência voltam a crescer em outubro, diz a CNC

Rio de Janeiro – Depois de uma queda observada em setembro, os níveis de endividamento e inadimplência voltaram a crescer em outubro deste ano. Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias inadimplentes no país chegou a 21,6% em outubro.

Em setembro, o percentual havia sido 20,6%. Entre as famílias com renda até dez salários mínimos, o nível de inadimplência, ou seja, o número de pessoas que têm contas ou dívidas em atraso, foi 23,8% em outubro, ante 22,9% em setembro. Entre as famílias com renda mais alta, o percentual subiu de 10,7% em setembro para 12,3% em outubro.

O tempo médio de atraso para o pagamento de uma conta é 59,6 dias, segundo a CNC. A maior parte das famílias (42,7%), no entanto, estava com contas em atraso por mais de 90 dias, em outubro. A pesquisa também mostrou que o percentual de pessoas com contas em atraso e sem condições de pagá-las subiu de 7% em setembro para 7,3% em outubro.

Já o nível de endividamento chegou a 62,1% em outubro, depois de registrar 61,4% em setembro. São consideradas em dívida as famílias que compram com cartão de crédito, usam cheque especial ou pré-datado ou fazem qualquer tipo de crédito ou financiamento, mesmo que pague a conta em dia. A maior parte (73,9%) se endivida com o cartão de crédito.

Entre as famílias brasileiras, 12,6% se dizem muito endividadas, 23,3% mais ou menos endividadas e 26,2% pouco endividadas.

Os resultados de outubro invertem resultado da pesquisa anterior, que registrou percentual de 61,4% de famílias endividadas em setembro, o que representou uma queda em comparação a agosto (63,1%). O mesmo fenômeno foi observado em relação ao percentual de inadimplência, que alcançou 20,6% em setembro, mostrando recuo em comparação ao mês anterior (21,8%). Foi a segunda queda consecutiva no percentual de famílias com dívidas.

Fonte Agencia Brasil
Postado por Leandro Rudas Medina

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Salário vinculado ao volume de cana cortada eleva exploração do cortador

Entre as safras de 2003/04 e 2007/2008, vinte e um cortadores de cana morreram em decorrência de excesso de trabalho nos canaviais paulistas.
Lisboa – A utilização do salário por produção pelas usinas de açúcar e álcool tem permitido às empresas do setor aumentar a produtividade sem aumentar a remuneração dos trabalhadores. Desta forma, aumentam a taxa de mais valia extraída na produção, ao mesmo tempo que provocam o aumento de acidentes de trabalho e de mortes entre o cortadores de cana. Segundo o Serviço Pastoral dos Migrantes, entre as safras de 2003/04 e 2007/2008, vinte e um cortadores de cana morreram em decorrência de excesso de trabalho nos canaviais paulistas.

Estas são algumas das conclusões de um dos trabalhos mais interessantes apresentados ao II Congresso Karl Marx, da autoria da doutoranda em Sociologia pela Unicamp Juliana Biondi Guanais (no centro da mesa). A sua pesquisa de campo foi feita, durante dois anos, de 2008 a 2010, no interior de São Paulo, junto à Usina Açucareira Ester S. A. e seus cortadores de cana.

“Quando trabalham por produção não são raros os casos de cortadores de cana que acabam se exigindo a ponto de desmaiar durante a jornada de trabalho”, contou Juliana. O aumento de casos de mortes e de acidentes de trabalho envolvendo cortadores de cana, especialmente a partir do ano 2000, teria feito com que o Ministério Público do Trabalho passasse a fiscalizar de forma mais rigorosa as usinas para verificar se as mesmas estavam cumprindo os momentos previstos de pausas.

Salário por produção

A partir dos anos 90, houve uma reestruturação produtiva no setor sucroalcooleiro no Brasil com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir custos de produção. Um dos meios privilegiados para atingir esse objetivo foi a adoção de uma forma de remuneração que estimulasse os trabalhadores a cortar quantidades cada vez maiores de cana, ou seja, o salário por produção. Já utilizado por muitas usinas, esse tipo de pagamento generalizou-se e tornou-se predominante no setor.

“O pagamento por produção”, explica Juliana, “é uma forma específica de remuneração que está presente não só no mundo rural como também no urbano, e tem ampla base legal.” “De acordo com sua lógica”, continua, “a remuneração de um trabalhador é equivalente à quantidade de mercadorias produzida pelo mesmo. Isto é, o salário a ser recebido não terá como base as horas por ele trabalhadas, mas sim a quantidade de mercadorias que serão produzidas no decorrer de sua jornada de trabalho.” No caso dos cortadores de cana, o ganho por produção significa que “quanto mais se corta, mais se ganha”.

As consequências

Mas é verdade que “quanto mais se corta, mais se ganha”? Juliana comprovou que isso só se dá na aparência, porque, na verdade, quanto mais cana o trabalhador cortar mais o salário, a saúde e a qualidade de vida do trabalhador vai baixar, enquanto a jornada de trabalho vai aumentar.

Em primeiro lugar, como o salário é proporcional à sua produção, o trabalhador tende a trabalhar mais e com mais intensidade para poder ganhar um salário melhor. Desta forma, prescinde muitas vezes dos momentos de descanso legal, do horário de almoço, trabalhando muito mais do que seria razoável para a manutenção da sua saúde.

O mais cruel disso tudo é que quanto mais baixo é o valor do trabalho mais empenho o trabalhador terá de ter para conseguir uma remuneração mais adequada. Como já analisara Marx, o baixo preço do trabalho incentiva o prolongamento do tempo de trabalho. Sendo assim, os baixos salários são, do ponto de vista das empresas, um elemento essencial para o aumento da produtividade.

Além disso, o cortador de cana perde o controle sobre o que produz. “No caso específico dos cortadores de cana, não são eles próprios que calculam a quantidade de cana que cortaram num dia de trabalho, já que tal cálculo será feito por um funcionário da usina”, explicou Juliana.

A ilusão de que, com o trabalho a peça, é o trabalhador que controla o quanto produz é desmentida exatamente aí. Mas enquanto os trabalhadores perdem o controle do seu próprio trabalho, as usinas, pelo contrário, adquirem a noção exata da produtividade e da intensidade de trabalho cada um de seus empregados.

A média


Mas há outras táticas utilizadas pelas empresas para aumentar a produtividade e o controle da produção. Chama-se média e significa a imposição de uma produtividade diária mínima que, caso não seja atingida, poderá acarretar a demissão do cortador de cana. “É importante dizer que, com o passar dos anos, a média teve um aumento considerável”, assegurou Juliana. Segundo as pesquisas feitas, a média de 5 a 8 toneladas dias obtida em 1980 passou, em 2004, para 12 a 15 toneladas.

Juliana referiu ainda que esse aumento da quantidade de cana cortada não se deu em consequência de avanços técnicos introduzidos no setor, mas sim em função de um dispêndio cada vez maior de energia por parte dos cortadores de cana. Baseando-se mais uma vez em Marx, a socióloga conclui que o salário por produção “ao mesmo tempo em que incentiva a intensificação do trabalho e a extensão da jornada de trabalho, funciona também como um engenhoso método de interiorização da disciplina e do autocontrole do trabalhador”.

Uma disciplina que não é colocada à disposição da organização dos trabalhadores, pelo contrário. O fato de o salário depender da produtividade de cada um reforça as diferenças individuais entre eles e tem como consequência o estabelecimento da competição entre os próprios assalariados rurais.

A atualidade das contribuições de Marx para a economia política são ressaltadas por Juliana em seu trabalho. “Da mesma forma que os trabalhadores estudados pelo autor alemão no século XIX, os cortadores de cana brasileiros também recebem de acordo com sua produtividade individual e acabam arcando com quase todas as consequências apontadas pelo autor há mais de um século.”

Fonte Carta Maior
Postado por Leandro Rudas Medina

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Subsídio agrícola: o que os ricos querem do Brasil?

Uma estranha coincidência no mês de setembro envolveu o setor agrícola mundial e o Brasil. A primeira iniciativa foi da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou o seu relatório sobre os incentivos concedidos à agricultura, para produção de grãos, principalmente. Logo em seguida, Estados Unidos e Canadá entraram com pedidos de informação sobre programas brasileiros na comissão que trata da agricultura na Organização Mundial do Comércio. Os americanos querem saber a quantidade de produto que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tem adquirido para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), nos últimos quatro anos. Querem saber a origem de cada mercadoria e o destino. Os canadenses estão preocupados com incentivos fiscais do programa Brasil Maior aos exportadores.

Parece piada, mas os ricos estão preocupados com o auxílio que os emergentes estão dando aos seus agricultores, tanto empresariais como familiares. Logo eles, que sempre foram os campeões do subsídio, inclusive depositando dinheiro diretamente na conta dos seus conterrâneos, não interessando se eles realmente produzem alguma coisa, se são empresas, multinacionais ou intermediários. Ou, como no caso do Reino Unido, se trata da Rainha e do Duque de Westminster. Depois de ler a versão que os jornais brasileiros publicaram, consegui uma cópia do capítulo do relatório da OCDE sobre o Brasil. O título é “Políticas Agrícolas – Monitoração e Avaliação (2013) dos países da OCDE e das economias emergentes”.

Comparando as versões
É claro que para comparar a visão dos ricos também busquei informações na União Europeia, num documento sobre os 50 anos da Política Agrícola Comum (PAC), comemorado em 2012. A versão publicada no Brasil se refere ao aumento das verbas aplicadas pelo governo federal no Programa Aquisição de Alimentos que também está ligado ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), certamente as duas melhores iniciativas oficiais nessa área. O PAA recebeu R$5 bilhões em 10 anos. O governo atual comprou 830 mil toneladas de alimentos a um custo de R$1,75 bilhão, sendo que em 2013 pretende investir R$1,4 bi. No Programa de Alimentação escolar foram investidos R$3 bilhões o que garantiu a merenda de 44 milhões de crianças.

É lógico que os ricos cresceram os olhos porque o Brasil se tornou uma economia de US$2,4 trilhões nos últimos anos, além de ser o terceiro exportador agrícola, com um saldo comercial líquido no setor de US$70 bilhões em 2012. Um trecho do relatório da OCDE:

“O Brasil é uma das maiores economias mundiais, com um PIB de US$2,475 bilhões, o que valeu a sexta posição da economia em 2011. Tendo um PIB per capita de US$11 mil, embora a desigualdade em matéria de rendimentos continue a ser alta, com um coeficiente Gini de 0,55 e 11% da população vivendo com menos de US$2 por dia. A área agrícola de que dispõe o Brasil se estende por 265 milhões de hectares, sendo superada apenas pela China, Austrália e Estados Unidos. A agricultura responde por 5,5% do PIB, mas 32% do total das exportações e 17% do emprego”.

Agricultor familiar é pequena empresa

A OCDE analisou 47 economias no mundo e contabilizou os subsídios, na maior parte crédito de custeio e seguro agrícola, além de alguma coisa para estocagem e equalização de preços, ou seja, garantia de preços mínimos. Para a entidade, a China é o país que mais concede subsídio com US$165 bilhões, em seguida a União Europeia com seus 27 estados membros – e mais de 500 milhões de habitantes – com US$106,9 bilhões e em terceiro os Estados Unidos com US$30,1 bilhões. O Brasil em 2012 aplicou R$111,4 bilhões em crédito rural, com juros subsidiados, 85% para agricultura empresarial e apenas 15% para a agricultura familiar. Tem sido assim nos últimos sete anos. A OCDE define os agricultores familiares como a “pequena empresa de agricultores familiares”.

Em 1984, a União Europeia destinava 72% do seu orçamento para subsidiar a agricultura. Os motivos são bem definidos, como consta no documento dos 50 anos do PAC:

“Proporcionar aos cidadãos europeus cinco décadas de abastecimento seguro de produtos alimentares e um meio rural vivo. A PAC proporcionou aos cidadãos da UE alimentos a preços acessíveis e garantiu um nível de vida equitativo aos agricultores durante três gerações, que se dedicaram ao cultivo da terra e a criação de animais. Os agricultores passam agora a atuar em nome de todos, na preservação do meio rural e dos nossos recursos naturais, desempenham ainda um papel central na revitalização das zonas rurais e da economia rural”.

Há 50 anos um cidadão europeu gastava 30% do seu orçamento com comida, hoje gasta 15%. Em 2014 entrarão em vigor as novas diretrizes da PAC, que deverá dobrar os subsídios aos novos membros do leste, como a Romênia, por exemplo, que está destinada a ser o celeiro da Europa, com seus 15 milhões de hectares destinados à agricultura. Do total do orçamento da UE, 45% serão destinados aos subsídios agrícolas para garantir estoques, preços justos aos agricultores, preservação ambiental e cultural.

Invasão de privacidade

Uma organização não governamental da Inglaterra chamada Farm Subsidy contabiliza cerca de oito milhões de beneficiários da ajuda oficial europeia. Em 2010, foram repassados 55 bilhões de euros. Uma parte, 563 mil beneficiados, recorreu ao Tribunal de Justiça da UE para não liberar a informação do quanto recebiam por considerarem como invasão de privacidade. Na conta da ONG isso equivalia a 15,4 bilhões. A União Europeia só divulga os dados das empresas e entidades coletivas, como associações e cooperativas. Ainda segundo a Farm Subsidy 1.330 beneficiados receberam mais de um milhão de euros e que os 10 maiores em volume de subsídios recebidos eram multinacionais, nove são produtores de açúcar. A Europa pagava três vezes o valor da tonelada em comparação aos preços do mercado internacional. Em 2005, Brasil, Austrália e Tailândia derrubaram o esquema de proteção do mercado europeu, definindo uma cota de 1,35 milhão de toneladas para venda externa. Porém, em 2012 eles ultrapassaram em 50% a cota.

Enfim, é a velha história: façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. A OCDE registra no seu relatório que o Brasil gasta pouco com subsídios, apenas 5%, do que eles chamam de suporte direto ao produtor. A entidade analisa todos os programas de apoio à agricultura brasileira, tanto em linhas de crédito, como aquisição e estocagem de alimentos, linhas de financiamento de equipamentos e os programas sociais.

“Todavia, os mecanismos existentes de proteção social, como, por exemplo, o Bolsa Família, poderiam proteger com maior eficácia os rendimentos agrícolas e o investimento direto em infraestrutura, podendo assim os investimentos públicos estimular de maneira mais eficiente o crescimento do setor agrícola, tanto para os agricultores empresariais como para os pequenos produtores”.

Risco elevado de ineficácia

Mais adiante: ”uma atenção particular deve ser dada à definição dos círculos para os quais os programas são elaborados dado que tanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estão mudando as suas populações alvo. Existe um risco elevado de que isso acarrete ineficácia no uso de recursos”.

No relatório está a explicação do que poderia ser uma aplicação ineficaz dos recursos: o MDA ampliou a definição do que constitui uma empresa agrícola de pequeno porte, justamente para beneficiar associações ou agricultores que trabalham com agroindústria. A outra em relação ao MAPA vem envidando esforços e recursos crescentes com vista a auxiliar empresas agrícolas de médio porte, bem como regiões menos desenvolvidas. Certamente uma das poucas mudanças na política do MAPA para o bem da maioria dos produtores brasileiros.

O trecho que cita o PAA diz o seguinte:

“Os principais instrumentos para empresas agrícolas de pequeno porte, administrados pelo MDA, são aquisições similares à AGF (Programa de Aquisição de Alimentos) e o programa de preços mínimos para empresas de agricultores familiares (PGPAF). No que diz respeito ao PAA a CONAB efetua aquisições diretas das empresas de agricultura familiar a preços de mercado e o produto é estocado ou distribuído no âmbito de um programa de alimentação. Este programa recebeu em 2012, R$425 milhões”. Não nomeia o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Mais justa, eficiente e ecológica
Já a publicação interna da UE reflete a preocupação com os pequenos produtores, que são 1/3 da população agrícola da Europa, embora possuam apenas 3% das terras. Objetivo da nova PAC é simplificar os procedimentos administrativos e de pagamento aos pequenos produtores. Querem uma política que seja mais justa, mais eficiente e mais ecológica. A agricultura europeia precisa aumentar a sua competitividade, não só do ponto de vista econômico, mas também ecológica. Para concretizar a diretriz vão reservar 30% dos pagamentos diretos aos agricultores que melhorarem as práticas que utilizam recursos naturais, como diversificação de culturas, manutenção de pastagens permanentes, preservação de reservas ecológicas e paisagens.

“Apoiar o rendimento dos agricultores de modo mais justo, mais simples e mais dirigido, aos agricultores ativos, no máximo o valor de 300 mil euros por ano. Também deve ser mais equitativo entre regiões e estados e levar em conta o número de empregados. Garantir um financiamento de 70 mil euros para microempresas durante cinco anos”, diz o documento.

A preocupação dos europeus também se estende a idade média dos agricultores que é acima de 55 anos: “A passagem do testemunho para a próxima geração terá de ser organizada, caso contrário, a alternativa afigura-se drástica – êxodo rural, rápido envelhecimento demográfico e população insuficiente a dar entrada no setor. Ciente da importância da continuidade a PAC disponibiliza formação e financiamento para incentivar o envolvimento dos jovens em atividades agrícolas”.

Por Najar Tubino
Fonte Carta Maior
Postado por Leandro Rudas Medina

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detêm 41% da riqueza mundial

Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor da história, mas divisão segue extremamente desigual.

Cinco anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco norte-americano Lehamn Brothers, os indicadores financeiros seguem apontando para uma concentração da riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório "Credit Suisse 2013 Wealth Report", um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza mundial. 

Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece. Veja abaixo o gráfico da projeção de cada país se o PIB fosse dividido pela população:

A Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela população entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo, os australianos têm média de riqueza nacional de U$219 mil dólares.

Apesar de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em média, de mais de US$110 mil dólares. No entanto, é atualmente de apenas US$ 45 mil dólares - menos da metade.

Entre os países com patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil se destacam emergentes como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita, Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano neste grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a menor riqueza acumulada.

Mesmo com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com índices elevados. Os 10% mais ricos dos planos detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.

Veja no gráfico abaixo a pirâmide da riqueza. Apenas 0,7% da população detêm US$ 98,7 trilhões de dólares:


Os pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção sobre o crescimento dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco anos. Polônia e Brasil, com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar seus milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de 41% do número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de pessoas com o patrimônio acima de 1 milhão de dólares.
Em meados deste ano, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um estudo sobre o crescimento da desigualdade social nos países desenvolvidos, como consequência da crise financeira.

A organização diz que o número de pobres cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a deterioração das condições de trabalho. Atualmente, o número de desempregados no mundo supera os 200 milhões.

Em contrapartida, entre os países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, enquanto os salários subiram apenas 2,2%.

Segundo informações da imprensa europeia, na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de 2007 a 2011, chegando a ser de 150 e 190 vezes maiores que o salário médio dos trabalhadores do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.


Centro comercial em Hong Kong: um dos maiores centros empresariais e de riqueza do mundo

América Latina
Na contramão das grandes potências, a situação econômica e social da América Latina melhorou. Entre 2010 e 2011, 57,1% da população dos países da região estava empregado, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento antes da crise financeira internacional.

Em alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.

No entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a desigualdade social, maior que a média internacional, e o emprego informal. A média da região é de 50%, sendo que em países mais pobres, como Bolívia, Peru e Honduras, supera os 70%.

Em todo o mundo, a organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados. A expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.

Postado por Leandro Rudas Medina

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Preço da Alimentação em Rio Branco - AC, nos principais bairros da cidade mês de Outubro - 2013.

Aumenta demanda por alimentos de maior valor agregado, mostra estudo
Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A demanda por alimentos de maior valor agregado cresceu nos últimos cinco anos no Brasil, segundo estudo divulgado hoje (14) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com o levantamento, a procura por itens como melão, vinho, uva e mamão cresceu acima de 3% ao ano, no período entre 2008 e 2013. O motivo para o salto qualitativo é a elevação da renda dos brasileiros.

“A demanda por produtos de maior valor agregado, como carne, frutas, queijo, leite e derivados, aumenta quando a renda sobe. Eles são diferentes do arroz e feijão, por exemplo, que crescem de maneira próxima ao crescimento da população, que foi 1,4% ao ano nos últimos cinco anos”, explicou o coordenador de Planejamento Estratégico da pasta, José Garcia Gasques.

O levantamento apontou que, de 2008 a 2013, a demanda pelo arroz cresceu 1,3%, e pelo feijão, 1,2% ao ano. Os três alimentos cuja procura registrou maior crescimento no período foram queijo muçarela (3,77% ao ano), melão (3,72% ao ano) e mamão (3,59%). Também aumentou a demanda por vinho (3,2%), azeite (3%) e uva (3,38%). Tiveram destaque ainda itens como iogurte (2,97% ao ano) e carne (2,77%), que registraram alta abaixo de 3% mas acima do crescimento da população.

A pesquisa usou dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para calcular a alta do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) per capita entre 2008 e 2012. O indicador subiu 8,5% no intervalo. Já a elevação da demanda pelos alimentos foi calculada por meio de uma fórmula, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Edição: Juliana Andrade

Segue abaixo o Preço da Alimentação nos principais restaurantes da cidade de Rio Branco:
Coleta de Preços nos Restaurantes de Rio Branco - AC, no mês de Outubro de 2013
Restaurantes, Bairro: Centro, Bosque e Manoel Julião
Classe
Preços
Marmitex
Quilograma
Prato Executivo
Prato Feito
Big Lanche
A
R$ 8,00
R$ 34,80
R$ 11,00
R$ 8,00
Amarelinho
A
R$ 9,00
R$ 34,99
R$ 12,00
Pão de Queijo
A
R$ 42,00
Aropas
A
R$ 33,90
JB Grill
A
R$ 10,00
R$ 34,00
Afa Bistrô D'Amazônia
A
R$ 41,90
China Norte
A
R$ 21,50
O Paço
A
R$ 8,00
R$ 44,90
Média TOTAL
A
R$ 8,75
R$ 38,07
R$ 16,25
R$ 10,00
Churrascaria Sabor do Sul (Bosque)
B
R$ 10,00
R$ 32,99
R$ 10,00
Papinha
B
R$ 11,00
R$ 29,00
R$ 11,00
Churrascaria Costelão
B
R$ 7,00
R$ 28,00
R$ 7,00
Liras
B
R$ 17,00
Café Cristal
B
R$ 10,00
R$ 10,00
Churrascaria do Chefão
B
R$ 10,00
R$ 28,00
R$ 15,00
Fogão Mineiro
B
R$ 8,99
R$ 34,90
Gonçalves
B
R$ 19,99
Picanha na Chapa
B
R$ 10,00
R$ 14,00
Esquina Verde
B
R$ 10,00
R$ 35,00
Point do Baião
B
R$ 10,00
R$ 30,90
Churrascaria Sabor do Sul
B
R$ 10,00
R$ 32,99
R$ 10,00
Café da Floresta
B
R$ 10,00
R$ 10,00
Nosso Tempero
B
R$ 6,00
R$ 18,99
Eldorado
B
R$ 10,00
R$ 28,50
R$ 7,00
Pizza da Mama
B
R$ 8,00
R$ 16,00
Fogão Mineiro
B
R$ 10,00
R$ 36,90
A princesinha
B
R$ 12,00
R$ 37,98
Tempero do Norte
B
R$ 8,00
R$ 26,00
Boneco de Neve
B
R$ 14,50
R$ 10,00
Churrascaria do Oscar
B
R$ 6,50
R$ 13,00
Empresarial
B
R$ 10,00
R$ 28,90
R$ 18,90
R$ 10,90
Biss Restaurante
B
R$ 8,00
R$ 24,00
Restaurante Conzinharte
B
R$ 10,00
R$ 37,90
R$ 10,00
Casa dos Cereais
B
R$ 10,00
R$ 19,99
Média TOTAL
B
R$ 9,34
R$ 28,71
R$ 14,15
R$ 10,49
Essência do Sabor
C
R$ 8,50
R$ 8,50
Pizzaria da Ana
C
R$ 7,00
R$ 12,00
R$ 7,00
Chico Lopez
C
R$ 7,50
R$ 7,00
Toque Caseiro
C
R$ 8,50
R$ 25,70
R$ 9,50
Sabor Acreano
C
R$ 6,00
R$ 14,00
R$ 6,00
Estação Delícia
C
R$ 6,00
R$ 6,00
Churrascaria Carlos
C
R$ 6,00
R$ 14,99
R$ 7,00
Burg Delícia Lanche
C
R$ 6,00
R$ 7,00
Restaurante e Pizzaria da Ana
C
R$ 7,00
R$ 15,66
R$ 7,00
Churrascaria Costelão
C
R$ 8,00
R$ 23,00
R$ 13,00
R$ 9,00
Bom Gosto
C
R$ 8,00
R$ 22,00
R$ 8,00
Café Paulista
C
R$ 7,00
R$ 16,99
R$ 8,99
R$ 7,00
Denny's
C
R$ 5,00
R$ 5,00
Rei da Bisteca na Brasa
C
R$ 7,00
R$ 6,00
Brasileirinho
C
R$ 7,00
R$ 10,00
R$ 5,00
Tia Rita
C
R$ 8,00
R$ 8,00
Cometa
C
R$ 7,00
Pizzaria Bom Saber
C
R$ 7,50
R$ 23,99
R$ 7,50
Costelão da Floresta
C
R$ 7,00
R$ 8,00
Flamboyant
C
R$ 9,00
R$ 8,00
Lanchonete Rio Branco
C
R$ 8,00
R$ 23,00
Casa do Suco
C
R$ 8,00
R$ 17,00
Espaço
C

R$ 23,99

R$ 9,00
Média TOTAL
C
R$ 7,23
R$ 20,47
R$ 11,93
R$ 7,28
Fonte: Programa de Educação Tutorial - PET de Economia, UFAC, disponível no Endereço Eletrônico: http://peteconomiaufac.blogspot.com
Pesquisa realizada nos dias 14 e 15 de Outubro de 2013, na Capital - Rio Branco, Acre
Postado por Diana Cunha ;*