quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preço dos Combustíveis 4ª semana de Julho, Rio Branco - Acre.

   Em relação à semana anterior, a média dos preços dos combustíveis permaneceu estável, não havendo nenhuma alteração no preço da gasolina, um leve aumento no preço do álcool na Regional III: passou de R$ 2,48 para R$ 2,55 no Auto Posto Tropical, e uma leve diminuição do preço do diesel na Regional VII e do álcool nas Regionais I e VII. Dessa forma, a Regional V continua como a que apresenta os menores preços de diesel e de gasolina comum e aditivada, e a Regional II é a que apresenta o menor preço do álcool.







terça-feira, 26 de julho de 2011

Obama alerta sobre "profunda" crise econômica caso não chegarem a um acordo

Washington, 25 jul (EFE).- O presidente americano, Barack Obama, alertou nesta segunda-feira que os Estados Unidos se arriscam a entrar em uma "profunda" crise econômica se republicanos e democratas não alcançarem um acordo para aumentar o teto da dívida antes de 2 de agosto.
O líder, que se dirigiu à nação da Casa Branca para falar sobre as estagnadas negociações, se mostrou confiante que ainda "podemos alcançar esse compromisso" e evitar assim que os Estados Unidos caiam em moratória.
Cair em moratória seria "imprudente" e "irresponsável", ressaltou Obama, que reiterou que uma solução para aumentar a dívida até o fim do ano, como propõem os republicanos, não resolve o problema e não seria suficiente para evitar um rebaixamento da dúvida americana.
O Departamento do Tesouro marcou 2 de agosto como a data limite na qual o Governo federal deverá declarar-se em suspensão parcial de pagamentos, pelo que o aumento da dívida de US$ 14,29 trilhões se faz cada vez mais necessário.
Após um fim de semana de tensas e infrutíferas negociações, Obama recorreu aos cidadãos, aos quais pediu que pressionem seus legisladores no Congresso em busca de um acordo.
"Se desejam um enfoque equilibrado para reduzir o déficit, que seu membro no Congresso o saiba. Se acham que podemos resolver este problema através do compromisso, enviem essa mensagem", disse.
O presidente advertiu que, se os EUA caírem em moratória, não haverá dinheiro para pagar a seguridade social, os benefícios dos veteranos e os contratos assinados com milhares de empresas.
"Agora todas as famílias sabem que uma pequena dívida em um cartão é manejável, mas se nos mantivermos neste caminho, nossa crescente dívida custará trabalhos e danificará seriamente nossa economia", previu Obama.
Além disso, pela primeira vez na história seu crédito pode perder a classificação triplo A, "deixando os investidores do mundo se perguntando se os Estados Unidos ainda são uma boa aposta", disse.
Em referência à diferença de liderança nas Câmaras, já que no Senado a maioria é democrata, enquanto os republicanos controlam a Câmara de Representantes, Obama assegurou que os americanos podem ter votado em um Governo dividido mas não "disfuncional".
Obama quer que seja aprovado um plano de aumento da dívida da nação pelo menos em US$ 2,4 trilhões, uma quantia suficiente para evitar um novo debate antes das eleições de 2012.
O presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, insiste em uma proposta de duas fases que reduziria o total do déficit dos EUA em US$ 3 trilhões, mas que exigiria uma nova votação sobre o limite da dívida no início de 2012 no Congresso e estaria ligada à criação de um comitê que ofereceria recomendações específicas de cortes.
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Para um melhor entendimento acerca da crise da dívida nos Estados Unidos, segue a imagem:























De Economia UOL, em São Paulo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Relação do preço dos combustíveis referente à 3ª semana de Julho

Nesta semana, serão postadas planilhas referentes aos preços dos combustíveis em  Rio Branco na terceira semana de julho. Esta semana será feita uma análise entre a gasolina comum e aditivada e os bairros em que estes combustíveis apresentam um preço mais atrativo. 
  A Regional V permanece como a que apresenta os menores preços nos dois tipos de gasolinas, com uma média de R$ 3.06 para a comum e R$ 3.07 para a aditivada, e a Regional I permanece pareada com uma média de R$ 3.07 para a gasolina aditivada.
  O bairro com o menor preço até agora é o Abraão Alab, com o preço de R$ 3.02 tanto para a comum quanto para a aditivada, com os bairros Estação Experimental, Ivete Vargas , Floresta e Calafate na segunda posição com preço de R$ 3.05 para a comum e R$ 3.05, R$ 3.06 e R$ 3.07 para a aditivada, respectivamente.
  Além disso, alguns postos de combustíveis o qual os valores estão acima da média estão compensando o valor cobrado com pequenas "regalias" para seus clientes: alguns apostam em uma rápida lavagem (a partir de determinado valor abastecido), outros em sucos, e assim por diante. 
 





 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Comparação entre os preços dos combustíveis para a primeira e segunda semana de Julho, 2011

Objetivando analisar as modificações apresentada no funcionamento do mercado de combustível no Estado do Acre, mais precisamente na capital Rio Branco, o grupo Pet desenvolveu esta comparação entre a primeira e segunda semana de Julho com o intuito de demonstrar as variações ocorridas.
É possível observar que o preço dos combustíveis, como será demonstrado abaixo, manteram-se relativamente estáveis, apresentando pequenas alterações, porém, em comparação ao mês de Maio, os preços mencionados tiveram uma diminuição significativa para os consumidores dos combustíveis, tendo em vista que o mês anterior apresentou uma media máxima para a gasolina comum de R$ 3,22 nas duas primeiras semanas do respectivo mês, e o valor mínimo de R$ 3,09 para a quarta semana de Maio. Feito esta mesma observação, com relação ao mês de Julho teremos os seguintes valores, máximo atingido uma média de R$ 3,08 e o valor mínimo em R$ 3,05.
A gasolina Aditivada segue com diminuição em mesmo percentual que a Gasolina Comum, em comparação ao mês ao longo do mês de Junho.

Tabelas referentes a primeira e segunda semana, respectivamente do mês de Julho:













quinta-feira, 14 de julho de 2011


Com o objetivo de verificar o impacto que os impostos podem causar no bolso dos consumidores, os graduandos do 5° período e os Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Economia orientados pelo Professor Dr. Rubicleis Gomes da Silva, estiveram empenhados na coleta de dados sobre o assunto, e expuseram estas fontes de dados a sociedade na primeira Feira de Impostos do Acre, os pesquisadores perceberam que grande parte da população Acreana e Brasileira, não sabem que ao abastecer as dispensas com produtos que compõem a cesta básica, estão levando consigo um montante de impostos, porém não os conhecem e nem sabem a porcentagem que esta sendo embutido no preço final das mercadorias.

Além disso, os produtos que são essenciais têm uma tributação inferior aos demais. “Entretanto, há produtos que não são considerados essenciais, mas que são de suma importância. É o caso da geladeira, que é um item essencial em qualquer casa, e mesmo assim mais de 50% de seu valor são encargos”.

Portanto, é de fundamental importância conhecer como os impostos incidem sobre o grupo de despesa, o qual compromete boa parte do orçamento familiar. No Brasil, o sistema tributário não e de fácil compreensão. Há um grande número de impostos indiretos, o que fez com que nesta pesquisa fossem escolhidos apenas os seguintes: ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e prestação de Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (contribuição para o Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Expondo que estes após serem recolhidos são repassados para o governo Federal, Estadual e Municipal. Por exemplo, estes são alguns dos impostos que estão dentro do preço da mercadoria. 

Diante disso anexamos um artigo publicado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT:

Impostos ultrapassam 100% do preço final
14/07/2011, Fonte: Circuitomt.com

Para termos acesso a qualquer mercadoria, nos mais variados segmentos de Comércio, temos que arcar com a alta carga tributária embutida em seu preço. O Brasil é um dos países com a maior carga tributária no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), é preciso trabalhar 145 dias do ano só para pagar impostos. Outro dado levantado pelo instituto mostra que até o fim deste ano cada brasileiro terá pago aproximadamente R$ 7,5 mil apenas em impostos.

“No final de junho alcançamos R$ 700 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo cálculo do Impostômetro", ressalta Paulo Gasparoto, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá).

Ele explica que quem paga a conta é o consumidor. “É preciso ter a consciência de que os impostos cobrados em cada mercadoria estão embutidos no preço final, e quem paga são os consumidores”. Ele lembra que não são os produtos que são caros, e sim os impostos. Produtos considerados essenciais, segundo ele, têm uma tributação menor que os que não são considerados essenciais. “Entretanto, há produtos que não são considerados essenciais, mas que são de suma importância. É o caso da geladeira, que é um item essencial em qualquer casa, e mesmo assim mais de 50% de seu valor são encargos”, esclarece, apontando também serviços como a energia elétrica.

Ele acredita que em itens de primeira necessidade também deve cair mais os impostos. Para tentar minimizar o problema, aguarda o parecer da Comissão de Finanças e Tributação o Projeto de Lei nº 7858/10, que prevê a isenção de tributos federais para produtos da cesta básica no Brasil. Entretanto, os produtos considerados supérfluos vão continuar com a tributação alta.

Mercadorias

No caso das bebidas, consideradas prejudicial à saúde, a tributação ocorre da seguinte maneira: cerveja 55,60%; refrigerante 46,47%; e cachaça 81,87%. Sobre as bebidas a tributação é maior. Em seu preço estão embutidos PIS, Cofins, ICMS, IPI, ISS entre outros.

No comércio eletrônico, vários produtos têm alíquotas que representam 72,18% do preço total. Computadores podem chegar 166%. Perfumes importados apresentam encargos de 78,43%. Nos nacionais os impostos são 69,13% do preço. Jóias têm 50,44% do seu valor composto por impostos. Os encargos que incidem sobre bolsas de couro chegam a 41,52%. Já sobre sapatos é de 36,17%. No segmento de vestuário, o ICMS e o IPI correspondem a 34,67% dos preços. No caso do jeans, 38,53% do preço são tributos. O cachecol tem 34,13% de seu preço composto por impostos. Produtos que são muito consumidos durante as festividades do mês de junho, aqueles que são muito requisitados nas quermesses chegam a ter carga tributária de 81,87%, como é o caso da cachaça, o quentão tem carga de 61,56%. Na tradicional pipoca a carga é de 34,82%. Os dados são do IBPT.

Serviços

Para Gasparoto outro grande problema dos altos tributos cobrados no país, além destes reduzirem o poder aquisitivo das pessoas e influenciarem na baixa competitividade dos produtos nacionais em outros mercados, é que eles não são devida e proporcionalmente revertidos para a população.

“Não há segurança, por exemplo. Nem para o cidadão, nem para o dono de um estabelecimento comercial, que precisa contratar segurança privada, pois a segurança pública é precária”, afirma.

O presidente da CDL ressalta outra pesquisa - o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH/2010), calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), variando entre zero e um. Quanto mais perto de um, mais desenvolvido é o país. Em 2009 o total de impostos arrecadados no Brasil correspondeu a 34,41% do PIB e o IDH a 0,80. Em 2010, a carga tributária chegou a 35,04% do PIB e o IDH 0,81. “Para comparativo, podemos exemplificar com um país como o Uruguai – carga tributária 27% do PIB e IDH 0,86. Entre os desenvolvidos, EUA com impostos correspondendo a 24% do PIB e IDH 0,95. Ou seja, cargas tributárias bem menores que a do Brasil e mais e melhores serviços públicos para a população. Nosso país, entre 30 outras nações, é o de maior tributação e pior serviços oferecidos ao cidadão”, conclui Gasparoto.

Disponível no endereço eletrônico:

MARGEM, que embute LUCRO, pode passar de 100% no Brasil; é preciso discuti-la!


Muito se fala a respeito da competitividade da indústria brasileira (ou da falta dela). Depois de perderem a camuflagem que o câmbio favorável garantiu até meados dos anos 2000, com o dólar cotado acima dos R$ 2, os problemas afloraram, com conseqüente queda de exportações e aumento de importações. A desvantagem cambial atingiu em cheio o setor automotivo no Brasil, que reclama, fazendo aparecer o discurso da competitividade. Mas, como de costume, os empresários colocam todas as culpas de suas mazelas em fatores externos aos muros das fábricas -- custos altos demais para produzir no país, logística capenga, impostos que comem um terço do preço de um carro, os maiores juros do mundo.
Tudo isso é verdade. Contudo, há outras verdades não ditas. Se os custos de produção de veículos aqui são até 60% mais altos do que na China, como revela um estudo de competitividade feito pela PricewaterhouseCoopers (PwC) por encomenda da Anfavea (associação das fabricantes), o que dizer das margens praticadas no Brasil, de 40% a quase 100%, embutidas nos preços de fábrica dos veículos? Isso é competitivo? E os produtos feitos aqui inadequados para exportação? Como vendê-los?

O custo da mão-de-obra também não fica atrás: em dólares, segundo o mesmo levantamento da PwC, é na média 342% mais alto do que na Índia e 305% maior do que na China. Porém, esqueceu-se de informar que o valor da hora trabalhada por um brasileiro em uma montadora é 87% menor do que nos Estados Unidos e na Europa. Para sermos competitivos precisamos ter salários como os dos indianos e chineses? Se fosse assim, haveria mercado de consumo suficiente para sustentar, por exemplo, os preços cobrados pelas fábricas?
No estudo de competitividade da consultoria PwC, que foi entregue ao governo, estão todas as desvantagens de se produzir carros no Brasil, incluindo materiais e mão-de-obra, que fazem o Brasil parecer o pior lugar do mundo para se construir uma indústria. Tudo é ruim, tudo é mais caro. Seria essa a explicação para se fabricar aqui os piores carros mais caros do mundo, com preços muito altos em comparação a outros mercados e pelo conteúdo inferior que oferecem.
MARGENS ESTRATOSFÉRICAS
É verdade que o custo brasileiro não está competitivo no exterior. De acordo com dados do Aliceweb, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que armazena preços de importações e exportações, o valor médio de embarque (FOB) de um automóvel made in Brazil com motor acima de 1,5 litro, exportado para países da América do Sul no período de janeiro a maio deste ano, foi de US$ 10,5 mil.
A título de comparação, um chinês Chery Face 1.3 desembarca no Brasil com preço FOB (sem incluir frete, seguro e impostos) de US$ 7,1 mil, muito próximo do conterrâneo "completão" JAC J3 Turin, que chega ao porto por US$ 7,7 mil. A diferença, como se vê, é grande. Contudo, para competir com a China, o Brasil teria de decretar uma ditadura, controlar o câmbio e pagar mal seus trabalhadores. Melhor esquecer isso.

MARGEM NA IMPORTAÇÃO DE CARROS AO BRASIL

MODELO
ORIGEM
PREÇO DE NACIONALIZAÇÃO
PREÇO FINAL
MARGEM
Chery Face
China
R$ 17.800
R$ 33.000
85%
Chery QQ
China
R$ 12.400
R$ 23.000
86%
Fiat Siena
Argentina
R$ 29.700
R$ 41.300
39%
Ford New Fiesta
México
R$ 27.000
R$ 51.400
90%
JAC J3 Turin
China
R$ 19.300
R$ 39.900
106%
O problema é quando esse carro nacional exportado compete com ele mesmo no mercado nacional. Partindo do preço FOB médio de exportação de um carro 1.6, de US$ 10,5 mil, após aplicar a carga tributária brasileira, a maior do mundo sobre automóveis, esse mesmo veículo custaria R$ 24,4 mil, considerando que o exportador já colocou seu lucro no valor. Pois no Brasil não se acha um modelo 1.6 por menos de R$ 33 mil (equivalente a um Volkswagen Gol "peladão"), valor 36% mais caro. A margem, portanto, ainda é bastante elástica para competir no mercado interno.
O que não se ouve dos dirigentes da indústria automotiva nacional, em nenhum momento, é a admissão de que os produtos feitos aqui não servem para ser exportados não só por causa do custo, mas também porque foram pensados e projetados para oferecer o menos possível pelo maior preço possível. Poucos mercados no mundo compram veículos assim, o que significa uma dificuldade de exportação maior do que qualquer desvantagem cambial.
E até os brasileiros querem coisa melhor: prova disso é crescente aumento no país da preferência por modelos mais bem equipados e com motorização superior a 1 litro, que pela primeira vez em mais de uma década superaram as vendas dos chamados "carros populares", com mais de 52% dos emplacamentos de novos.
Muitos desses carros (20%) são importados e alguns deles conseguem chegar ao Brasil custando menos do que os nacionais, mesmo pagando imposto de importação de 35%, como é o caso dos chineses. O estarrecedor é verificar como os importadores também praticam margens estratosféricas no Brasil.
Para ficar com os mesmos exemplos, o preço de nacionalização do JAC J3 Turin (após todos os impostos II, IPI, ICMS e PIS/Cofins) fica em R$ 19,3 mil para o importador, mas ele é vendido por quase R$ 40 mil, com margem de 106%. No caso do Chery Face esse porcentual é de 85%: o modelo salta de R$ 17,8 mil na importadora para R$ 33 mil nas lojas. O mesmo acontece com o carro mais barato à venda no Brasil, o Chery QQ, que chega com preço FOB de US$ 4,4 mil, é nacionalizado por R$ 12,4 mil e depois é vendido por R$ 23 mil, 86% mais.
Há também interessantes exemplos de montadoras importadoras. A Ford traz do México, sem pagar imposto de importação, o New Fiesta, com motor 1.6 feito no Brasil, pelo preço FOB de US$ 11,4 mil, nacionaliza o modelo por R$ 27 mil e cobra R$ 51,4 mil do consumidor (margem de 90%). A Fiat monta o Siena na vizinha Argentina, com motor e muitos componentes brasileiros, e traz a versão Essence por US$ 12,9 mil (FOB), que após aplicação de impostos ficaria em R$ 29,7 mil, mas vende por R$ 41,3 mil (39% de margem).
E qual o segredo para vender o carro relativamente mais caro do mundo? O crédito, que mesmo com os juros mais altos do mundo acomoda em suaves prestações que cabem no bolso todas as assimetrias de custos, preços e bobos do mercado brasileiro.
CUSTO VS. LUCRO
Por mais que nessas margens de venda estejam incluídas despesas comerciais, publicidade e marketing, lucro dos concessionários (dizem que não passa de 5% e pode ser zero), as diferenças parecem grandes demais. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, ao apresentar o estudo da PwC deu uma pista do porquê: "Os custos de remuneração de capital no Brasil são os maiores do mundo", disse. Ou seja, para compensar os investimentos feitos aqui e ganhar mais do que em aplicações financeiras, a rentabilidade de um negócio precisa ser também das mais altas do mundo.
A corporação que Belini dirige no Brasil, a Fiat Automóveis S.A. (Fiasa), sabe bem disso. Em 2010 a Fiasa reportou lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, o que significa margem de 7,7% sobre o faturamento de R$ 20,7 bilhões. No mundo todo, montadoras ficam muito contentes quanto obtêm margem de 5%. O Grupo Fiat, por exemplo, contabilizou 3,9% no ano passado. (Das outras fabricantes instaladas no Brasil nada se sabe a respeito, pois os lucros apurados aqui são tratados como informações de caixa-preta e ficam escondidos no meio dos balanços globais; a Fiat é a única que publica balanço separado no Brasil.)
Portanto, se os custos são altos no país, os lucros também são. Uma mostra disso são as remessas de dividendos de fabricantes de veículos às suas matrizes. Segundo dados do Banco Central, de janeiro a maio deste ano foram remetidos US$ 2,3 bilhões, o dobro do que foi enviado no mesmo período de 2010. Com esse valor, a indústria automobilística é o setor que mais pagou lucros aos controladores estrangeiros neste ano.
Lucrar não é desonesto, mas as montadoras tratam disso como se fosse, pois escondem esse número aqui o quanto podem. Não seria por outro motivo que, apesar dos custos não competitivos, o Brasil continua bastante interessante, com um horizonte de mercado em mais três ou quatro anos de 6 milhões de veículos vendidos por ano com uma grande margem embutida em cada um deles. Tanto que mais de uma dezena de montadoras têm planos de ampliar a produção e construir novas fábricas no país -- como a Fiat em Suape (PE), a Chery em Jacareí (SP), a Hyundai em Piracicaba (SP) e a Toyota em Sorocaba (SP), só para citar os maiores investimentos.
Antes de reclamar do "Custo Brasil", seria interessante aumentar a transparência, colocar todas as verdades sobre a mesa, como a que diz respeito ao custo do trabalho no Brasil, de US$ 7,70 por hora, contra US$ 1,74 na Índia segundo a Anfavea, mas de no mínimo US$ 15 nos Estados Unidos (o salário mais baixo atualmente numa montadora), podendo chegar a US$ 60 na General Motors e US$ 55 na Toyota. Essa não é uma vantagem competitiva e tanto?
O que queremos ser passa necessariamente com o que queremos nos comparar. Seremos um país de baixo custo e, por consequência, de baixo consumo? É preciso discutir honestamente o quanto cada parte (indústria e governo) pode ceder, para que ninguém tenha que se passar por bobo na hora de negociar custos e preços. Assim o país pode evoluir para os melhores exemplos, não os piores.
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Pedro Kutney, jornalista, é editor do portal Automotive Business, onde este artigo foi publicado originalmente sob o título "Os custos, os preços e os bobos"

sábado, 9 de julho de 2011

O PESO dos IMPOSTOS sobre os produtos.. Data: 12/07/2011






Os acadêmicos do Curso de Economia da Universidade Federal do Acre apresentarão no dia 12/07/2011: O peso dos impostos em cima de diversos produtos essenciais aos consumidores. Você sabe que percentual do seu salário é destinado aos impostos?


Não!! Então compareça na UFAC, bloco Wanderley Dantas, UFAC às 19:00hs. 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Lucro: Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo

O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir, como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas. Só a Mercedes-Benz tem uma frota de três mil ônibus para transportar funcionários.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores. Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades. Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros. A carga tributária caiu e o preço do carro subiu.

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.
Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países. O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil